A Cidadela de Amã é um dos lugares de maior interesse da capital. E como tal, está incluída nos locais de acesso gratuito com o Jordan Pass, aquele grande ‘passaporte’ cultural do qual falamos em posts anteriores. Agora é a vez deste espaço cheio de história, que já mencionamos brevemente em algum artigo, mas que agora analisamos a fundo.
O que é e onde fica a Cidadela de Amã
A Cidadela de Amã é o verdadeiro núcleo fundacional da cidade. E isso é muito significativo, pois a capital jordaniana tem a honra de ser uma das mais antigas cidades habitadas ininterruptamente. Especificamente, sabe-se que esta colina, hoje chamada Jebel al-Qala’a (ou seja, monte da fortaleza) foi ocupada pela primeira vez na Idade do Bronze, em algum momento antes de 2000 a.C.
Alguns séculos depois, este assentamento foi fortificado e manteve relações comerciais com outras cidades do Mediterrâneo oriental. Os israelitas a chamaram de
Quais monumentos a Cidadela de Amã preserva
Devido à agitada e longa história que mencionamos acima, os principais monumentos e vestígios visitáveis da Cidadela de Amã remontam a dois grandes períodos: o romano e o árabe. Deste último, destaca-se o Palácio Omíada, do qual falamos em profundidade em outro post.
Mas o referido palácio não é o único vestígio importante da época omíada: também vale mencionar a cisterna, que fornecia água para todo o conjunto, especialmente para termas e latrinas localizadas nos arredores. Atualmente está vazia, logicamente, e isso permite admirar a perícia dos mestres omíadas neste tipo de obra de engenharia. A mesquita omíada também é reconhecível, mas só restam os vestígios de sua sala de oração e a evocativa fachada de entrada.
Quanto ao mencionado período aiúbida, o mais destacado que resta é a torre de vigilância, no extremo sul do recinto. As vistas panorâmicas que há de lá permitem compreender sua importância estratégica.
E se voltarmos ao período romano, encontramos alguns dos vestígios mais fotografados e simbólicos do local. Em especial, o imponente Templo de Hércules, que foi construído na época do imperador Marco Aurélio (século II d.C). Algumas de suas colunas ainda estão de pé, desafiando a passagem do tempo. Mas o mais surpreendente são os três dedos gigantescos da mão da estátua da divindade, o que demonstra a magnitude do templo que foi projetado e a precisão dos escultores para um trabalho tão titânico como este.
Por outro lado, os restos de uma basílica bizantina nos mostram a permanência desta colina como núcleo fundamental na cidade que aquela civilização, já cristã, herdou. Também foram reconhecidos os restos de vilas e casas daquela época, o que forma um autêntico museu arqueológico a céu aberto.
Mas precisamente, na Cidadela de Amã está localizado o Museu Arqueológico, que é o melhor lugar para conhecer o local de uma maneira ordenada e contextualizada. Aqui são expostas peças arqueológicas extraídas diretamente deste recinto defensivo e urbano, e sobre isso falamos neste outro post sobre os museus da cidade.